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08/04/22 - Caesb investe R$ 677 milhões na ampliação de sistemas de saneamento básico



Ações irão garantir a segurança hidrossanitária do Distrito Federal, considerado referência no tratamento terciário da água e monitoramento de mananciais

 

Agência Brasília

Esta semana, o esperado Sistema Produtor de Água do Corumbá saiu do papel. Depois de pegarem uma obra com pouco mais de 50% de execução, os governos do Distrito Federal e de Goiás inauguraram uma moderna estrutura que vai garantir água tratada a cerca de 1,3 milhão de pessoas, entre essas, 500 mil moradores do DF.

Trata-se de uma obra de alta complexidade que capta água no reservatório de Corumbá IV, próximo a Luziânia, e distribui para cidades do DF, como Gama e Santa Maria, e municípios goianos. Mas, não para por aí. A Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (Caesb) já tem o projeto para estender o abastecimento do Gama –onde há um grande reservatório – até a região de São Sebastião, beneficiando Jardins Mangueiral, Tororó e áreas vizinhas.

Em entrevista à Agência Brasília, o presidente da Caesb, Pedro Cardoso, explica os benefícios que o Sistema Corumbá trará para o fornecimento de água do DF e destaca o alto investimento feito pela companhia para ampliar o acesso a água encanada e levar esgotamento sanitário às casas da capital: já são R$ 677 milhões.

Cardoso também conta como é o trabalho desempenhado pela Caesb para garantir a chegada de água potável de qualidade às torneiras dos brasilienses, e ressalta a contribuição da empresa na preservação do meio ambiente.

Confira, abaixo, os principais trechos da entrevista à Agência Brasília.
 


Esta semana, o governo inaugurou o Sistema Produtor de Água do Corumbá, um dos maiores empreendimentos de saneamento do país. Quais os benefícios para a população?

Essa obra significa segurança hídrica para o Distrito Federal. Ela permite que tenhamos um uso mais racional dos nossos outros sistemas produtores de água [Descoberto, Santa Maria, Sobradinho-Planaltina, Brazlândia e São Sebastião]. Com o ingresso do manancial Corumbá, a gente consegue dar mais mobilidade e um reforço no fornecimento que faz o Descoberto, por exemplo, em períodos de menor oferta de água. É uma obra grandiosa, de cerca de R$ 500 milhões, em parceria com a Saneago [Companhia Saneamento de Goiás] e que vai dar tranquilidade ao DF por cerca três décadas em relação ao abastecimento da água.  Agora, com esse novo sistema em operação, vamos fazer uma nova extensão para levar água a partir do reservatório que temos no Balão do Periquito, no Gama, para São Sebastião, Crixás, Jardins Mangueiral, Tororó e condomínios vizinhos. A Caesb vai licitar, em breve, essa ampliação até a área de São Sebastião.

Quais as principais dificuldades de uma obra dessa magnitude?

A rede que leva energia até a nova estação de tratamento de água vem de Furnas, em Samambaia, e vai descendo até lá.  São 97 torres usadas nessa distribuição. Só quem trabalhou nisso sabe a dificuldade que foi chegar com essa rede à margem do Corumbá IV para fazer o bombeamento.  Foi instalado um conjunto de motobombas de captação muito potente, equipamentos modernos.  Além disso, foram 27 km de tubulação adutora construídos para um sistema que terá uma capacidade de 2,8 mil litros/segundo. Então, é um sistema que envolve uma engenharia grande desde a busca dessa água, lá no Corumbá, até a chegada, no Gama. Foi um trabalho de centenas de profissionais que se empenharam para que isso fosse possível.

“Em um primeiro momento, vamos beneficiar pelo menos 90 mil pessoas. Isso significa acabar com o esgoto a céu aberto em uma cidade que vem se desenvolvendo muito, aonde o GDF tem levado asfalto, equipamentos públicos e saneamento básico”

A Caesb fez um investimento de R$ 677 milhões ao longo dos três últimos anos. Quais foram as melhorias realizadas?

Desde 2019, a companhia investiu alto para modernizar o sistema de abastecimento de água e o sistema de esgotamento sanitário em toda a capital, além de melhorias nas estações de tratamento de água [ETAs], como a ETA Brasília, onde implantamos dois reservatórios apoiados. Fizemos a setorização das redes em diversas cidades do DF, o que é fundamental para evitar a perda de água na distribuição. Vale lembrar que a Caesb vem executando nesses últimos anos a rede de esgoto no Sol Nascente/Pôr do Sol. Estão sendo erguidas seis estações elevatórias e construídos cerca de 330 mil metros de redes coletoras de esgoto na região administrativa. Em um primeiro momento, vamos beneficiar pelo menos 90 mil pessoas. Isso significa acabar com o esgoto a céu aberto em uma cidade que vem se desenvolvendo muito, aonde o GDF tem levado asfalto, equipamentos públicos e saneamento básico. Desse montante de investimentos de R$ 677 milhões, cerca de R$ 285 milhões foram usados para ampliar e modernizar o esgotamento sanitário de todo o DF. Para entender esse trabalho da Caesb de forma bem simples: a companhia colhe água no meio ambiente, trata e leva para os lares. Por outro lado, pega o esgoto, trata e devolve nas melhores condições para o meio ambiente.

Brasília já alcançou a meta nacional de levar água potável a mais de 90% da população, estabelecida por lei. Como é a qualidade da água da capital?

A água de Brasília é excelente, e a Caesb prima pelo tratamento constante dela. Fazemos, em média, 300 testes laboratoriais por dia. A companhia possui um laboratório de ponta de que muitas universidades federais com um curso de química ainda não dispõem. Entre as empresas de saneamento do país, somos referência no tratamento terciário da água, no monitoramento de mananciais. E a nossa água chega realmente com muita pureza às torneiras da população –inclusive, se necessário, ela pode ser ingerida direto da torneira. O único cuidado que o morador deve ter é com a higiene das caixas-d’água. No próprio site da Caesb, há orientações sobre como fazer o manejo adequado das caixas-d’água, e o cidadão pode pesquisar lá. Ademais, temos profissionais bem-capacitados para entregar uma água boa e de qualidade que contribui para a saúde pública do Distrito Federal.

“A água de Brasília é excelente, e a Caesb prima pelo tratamento constante dela. A companhia possui um laboratório de ponta de que muitas universidades federais com um curso de química ainda não dispõem”

Quais são os projetos importantes para esse ano? Estão previstas novas obras?

Além dessa extensão do abastecimento de água do Gama até São Sebastião – que vamos fazer a partir da conclusão do sistema Corumbá –, temos dois projetos a serem executados para atender melhor a população. O primeiro é a construção de uma elevatória, um reservatório e uma rede adutora no Paranoá Norte, para reforçar o fornecimento de água para Sobradinho, Planaltina e Paranoá. E o segundo é uma obra para a captação de água no córrego Olaria, em Brazlândia, que vai beneficiar a região. Depois, vamos modernizar as estações de tratamento de esgoto em algumas cidades. É preciso lembrar que Brazlândia e Planaltina têm uma atividade agrícola intensa; e, no período de estiagem, a oferta de água é reduzida nessas localidades. É uma sazonalidade, e essas reformas serão importantes nesse sentido. Nessas três intervenções, o investimento será de cerca de R$ 230 milhões.

“Temos um engajamento e uma preocupação grande com a preservação ambiental. Buscamos a água e também devolvemos o esgoto com o melhor tratamento possível”

Com relação ao meio ambiente, que tipo de trabalho ou campanhas a Caesb desenvolve?

A empresa faz um trabalho cíclico nessa área. São campanhas nas escolas orientando as crianças acerca da importância da preservação do meio ambiente, do que se não se pode lançar nos esgotos. Temos o ônibus Expresso Ambiental, que apresenta em seu interior o Ciclo do Saneamento aos estudantes, usando uma maquete. Nossos técnicos fazem um trabalho de orientação e fiscalização hidrossanitária em todo o DF, alertando a população para que não jogue óleo na rede coletora, nas pias e vasos sanitários. Então, temos um engajamento e uma preocupação grande com a preservação ambiental. Buscamos a água e também devolvemos o esgoto com o melhor tratamento possível, feito pelos técnicos da Caesb.
 

Crédito da foto: Paulo H. Carvalho (Agência Brasília)