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14/12/21 - Caesb utiliza satélite para pesquisar vazamentos de água



Uma parceria entre a Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (Caesb), o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e a empresa israelense Asterra irá ajudar a encontrar vazamentos visíveis e não visíveis nas redes de água da Companhia. O projeto consiste em pesquisar vazamentos por imagem de satélite, o que irá gerar maior eficiência e otimizar recursos. 

Por meio de satélite, é feito o mapeamento de uma área de interesse, que chega até três mil Km². O espectro do radar é capaz de penetrar quatro metros de profundidade no solo, abrangendo quase a totalidade das profundidades de redes nas áreas urbanas, onde é detectada a mistura de solo com água tratada.  A partir de um algoritmo patenteado, a Asterra, que é detentora da tecnologia e possui mais de 250 projetos realizados, filtra os sinais de água tratada misturada ao solo e faz o cruzamento com a rede de distribuição georreferenciada da Caesb. Isso gera pontos de interesse (POIs), que possuem raio de abrangência de aproximadamente 50 metros. Com os POIs delimitados, a equipe de pesquisa de vazamentos da Caesb concentrará seus trabalhos nestas áreas, aumentando a produtividade e otimizando recursos. Em linhas gerais, mais vazamentos serão encontrados por dia com o uso desta tecnologia. 

O gerente de Gestão de Perdas da Caesb, Elton Gonçalves, explica que mesmo não eliminando a pesquisa de vazamentos de água tradicional, que faz uso de haste de escuta e geofone eletrônico, espera-se que a nova tecnologia reduza em até cinco vezes a área que seria pesquisada com a metodologia tradicional. “O uso de satélite deve reduzir significativamente o trabalho em campo, os vazamentos poderão ser identificados antes de aflorar, reduzindo o potencial de danos, além da tecnologia não ser afetada pelo clima, uma vez que pode ser usada com céu limpo ou nublado, de dia ou à noite”, exalta. 

Essa tecnologia tem sido aplicada, em nível internacional, para o setor de saneamento, desde 2015. O BID disponibilizou U$ 100 mil para a realização do projeto, que consiste em pesquisar três mil quilômetros de redes de água tratada, em onze localidades específicas, englobando aproximadamente 320 mil ligações. Em termos de extensão, o projeto abrangerá 36% de toda a rede de água da Caesb e 50% das ligações. 

O projeto piloto de Pesquisa de Vazamento de Água por Satélite já foi realizado no Gama. A gerente de Operação de Redes Centro-Norte, Tattiane Batista Soares, explica que a próxima área a ser contemplada é a Candangolândia, que receberá as equipes da Caesb nos meses de dezembro e janeiro. Primeiro, as equipes percorrerão as quadras, distribuindo panfleto da Caesb (modelo anexo) e informando sobre ações na região. “Esta fase terá foco nos vazamentos visíveis e no registro dos serviços executados entre a passagem dos satélites e o início das pesquisas, que ocorreram entre agosto e setembro deste ano. Posteriormente, será realizada pesquisa de vazamentos não visíveis com hastes de escuta e geofones eletrônicos nos cavaletes de ligação, ramais e componentes da rede de distribuição de água. Quando não houver acesso ao imóvel, será deixado panfleto solicitando contato para agendamento da pesquisa”, esclarece Tattiane. 

Após os trabalhos de pesquisa e da retirada dos vazamentos, novos levantamentos serão feitos para estudo do ganho no volume recuperado, apresentando o impacto na redução das perdas de água e de análise da tecnologia de pesquisa por satélite. Este deverá ser o modelo empregado para a continuidade da pesquisa para as demais áreas da Caesb. 

O diretor de Operação e Manutenção da Caesb, Carlos Eduardo Pereira, afirma que a Companhia busca dar mais eficiência e eficácia aos recursos disponíveis e otimizar seus contratos de prestação de serviços. “O uso de imagens de satélites na potencialização do trabalho de campo para a pesquisa de vazamentos de água nas redes de distribuição pode representar uma economia significativa de recursos e de tempo de ação, colaborando com a melhoria na qualidade de nossos serviços à população do DF”, conclui o diretor. 

Crédito da foto: Marco Peixoto (Caesb)